Resenha: O Céu está em todo lugar

Olá!

Hoje  é dia de mais uma resenha!
Vamos lá?

Sinopse
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Autora: Jandy Nelson
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788563219374
Nº de Páginas: 417
Ano: 2011






Lennie Walker, 16 anos, acaba de perder sua irmã mais velha, Bailey. Sentindo-se completamente sozinha e perdida, ela não consegue entender como, depois da morte de sua irmã, as coisas continuam acontecendo normalmente. Todos seguem com suas vidas como se nada tivesse acontecido.
Imersa em sua tristeza encontra consolo em Toby, que era namorado de Bailey.
Logo conhece Joe, um garoto novo na cidade que tem uma alegria que irradia por todos os lados.
Lennie fica dividida entre esses dois garotos, Toby, que parece ser o único a entender sua tristeza e Joe, que parece oferecer tudo de que ela precisa no momento para esquecer a tristeza que a assolou.

O Céu está em Todo Lugar fala, sobretudo, de superação.
Lennie sempre viveu à sombra de sua irmã, a admirava e contava tudo pra ela. Elas foram criadas com a avó e sempre tiveram por perto o tio Big. Nunca souberam quem era o pai e sua mãe as deixou quando eram bem pequenas.
Assim que Bailey morre, Lennie perde o chão. Não foi algo que pudesse prever.

"Às 16:48 de uma sexta-feira de abril, minha irmã estava ensaiando para o papel de Julieta e, menos de um minuto depois, estava morta."

A partir daí, Lennie se sente totalmente perdida e fica muito indignada: como todos podem agir como se nada tivesse acontecido? Mas as pessoas precisam continuar vivendo, né? Não para Lennie, ela acha que tudo deveria parar junto com a morte de Bailey.
Sua avó fica muito preocupada com o seu estado mental ou mesmo físico, não por ela estar passando pelo momento mais difícil de sua vida ou por estar começando a pensar em coisas de adolescente, como sexo. Ela está preocupada porque uma de suas plantas está com manchinhas. Desde que Lennie era pequena, sua avó acha que essa plantinha reflete os sentimentos e a saúde dela.
Em meio a sua tristeza, Lennie e Toby se aproximam por sentir que só eles entendem a dor um do outro. No início não passa de um consolo mútuo, mas com o passar do tempo isso parece começar a se transformar em outra coisa e Lennie se sente totalmente culpada.

"Ando até a janela, abro a cortina e vejo Toby, sentado debaixo da ameixeira, sob o brilho das estrelas, na grama verde, no mundo. (...) Sei que devia apagar a luz, deita-me e sonhar com Joe Fontaine, mas não é isso que faço. (...) Sinto-me tão culpada." P. 118, 119, 121.

Lennie toca clarinete e, na banda da escola, conhece Joe, um garoto novo que veio da França e por quem todas as garotas suspiram. Já dá pra sacar que vai sair alguma coisa daí, né?
Pois é, os dois começam a passar o tempo juntos e ela se sente feliz pela primeira vez desde a morte de sua irmã.
Como Lennie não tem  mais a irmã para compartilhar seus segredos e descobertas, passa a escrever e espalhar poemas por todos os lugares. Ela escreve em copos descartáveis, guardanapos, papéis, jornais velhos e espalha, enterra ou simplesmente joga ao vento (o que, por sinal, não é um bom exemplo de consciência ecológica).
A maioria dos poemas falam da irmã ou com a irmã e assim ela consegue se sentir um pouco mais próxima dela.

"A tristeza é uma casa em que as cadeiras se esqueceram de como nos segurar, os espelhos de como nos refletir, as paredes de como nos conter.
A tristeza é a casa que desaparece cada vez que alguém bate à porta, uma casa que se vai com o vento a menor rajada, que se enterra no solo enquanto todos estão dormindo.
A tristeza é uma casa em que ninguém pode proteger você, em que a irmão caçula vai envelhecer mais que a mais velha, em que as portas não deixam mais você entrar nem sair." P. 115.

A história é bonita, sem dúvida, e bastante sensível. Talvez por ser melancólica demais, diferente da maioria das pessoas, não dei 5 estrelas para o livro, dei 4. (Óhh) Mas já explico o porquê.
Como ia dizendo, a história tem tudo pra ser boa e realmente é, mas é um tantinho chata também. Não gostei muito de Lennie, a achei chata e muitas vezes egoísta. Tudo bem que ela é uma adolescente e acaba de perder a irmã, mas mesmo assim acho que ela poderia ser menos dramática.
Outra coisa que não gostei foram as cenas com Toby. Poxa, ele era namorado da sua irmã! Acho uma desculpinha muito esfarrapada essa de "só ele me entende e blá, blá, blá". Outro ponto um tanto irritante é o (quase) triângulo amoroso que se forma na história com a chegada de Joe. Isso já está bem batido e pode deixar de aparecer em todos os romances. E sério, quem em sã consciência ficaria em dúvida tendo um Joe a sua frente? O garoto é bonito, divertido, adora ficar com ela, toca e veio da França! (hahaha)
Ao contrário de Lennie, adorei a avó, uma mulher meio maluca que adora cuidar de suas plantinhas e dar em cima dos garotos bonitos e o tio Big, um cara que vive em mundo próprio, colecionando insetos mortos e que está sempre se casando e se divorciando, mesmo que eles não tenham sido tão explorados. Acho que até a mãe e Bailey aparecem mais na história, o que também a tornou melhor.

Mas como assim, até agora você só falou do que não gostou e mesmo assim deu 4 estrelas?
Então, tenho que confessar que as 4 estrelas devem-se, principalmente, à capa e a diagramação do livro. Sério, pode parecer ridículo, mas eu me apaixonei pela capa assim que a vi. (O livro já tinha aparecido aqui no Blog, na coluna Anseios!) E isso porque eu só tinha visto a capa, nem tinha tocado ainda. Quando toquei só aumentou meu desejo de tê-lo na estante! Ela é meio áspera, ao mesmo tempo aveludada e parece muito com uma capa dura.
As páginas do livro são amareladas, bem de leve, e as letras são em azul marinho e de um tamanho considerável. Os capítulos são relativamente pequenos e antes de quase todos tem imagens dos poemas de Lennie, aqui as folhas são de cores variadas, e as letras são como se fossem escritas à mão.
Com certeza esse é um dos livres mais bonitos que tenho!
Então, como eu disse, as estrelas foram principalmente por isso mas também pela delicadeza que a autora teve na criação dos personagens. Mesmo não tendo gostado da protagonista tenho que dar crédito a autora por ela e pelos outros personagens que foram tão bem desenvolvidos.
Ah, e claro que não poderia deixar de fora o final da história. Adorei como o livro terminou, principalmente a última cena, achei muito tocante e expressiva.

Por isso, recomendo o livro. Vale à pena, mesmo sendo uma história com vários momentos tristes.
Quem já leu, concorda comigo?


É isso!
Beijos e até! ^^

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